Por que os “sucessos do momento” incomodam tanto a gente

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Por que os “sucessos do momento” incomodam tanto a gente

Alto lá, eu não sou um juiz! Não pretendo de forma alguma julgar o que é “bom”, “ruim”, “bonito” ou “feio”. O motivo deste post é tentar contribuir para uma reflexão a respeito do que aceitamos ou rejeitamos para consumo e, no que diz respeito às diversas manifestações que temos por meio da arte, a música é o centro desta discussão.

Nações Valentes

Banda Nações Valentes (1997). Nesta foto eu já era um charanguista!

Retrospectiva

Lembro quando eu estava começando a ingressar para o ramo da música (aos 14 anos de idade) e já começava a fazer os meus primeiros acordes no violão para poder tocar na minha primeira banda – a “Nações Valentes”, cujo ritmo era o boi-bumbá. Naquele ano de 1996 a toada “Vermelho” era o hit do momento, não só na minha cidade, como também passaria a levar a música do meu Estado para todo o Brasil, até ganhar dimensões planetárias, inclusive com outro hit, o  “Tic Tic Tac”.

Se você viveu em Manaus nessa época deve lembrar: não existia um evento com música ao vivo que não houvesse banda de boi tocando (atualmente praticamente não existem mais bandas, apenas cantores que são acompanhados pelos mesmos músicos – mas isso é outro assunto) e o charango era um dos instrumentos que mais contribuíam para a identidade sonora do gênero. Como ele era raro, comecei a dar meu jeito para aprender cavaquinho e compensar a falta do tal instrumento andino. Mal eu sabia que isso daria início ao meu fascínio pela música instrumental.

Rafael Freire e Seu Moisés

A primeira e única vez que toquei em público com o saudoso Seu Moisés, em um evento do colégio (arquivo – 1999).

Nesse tempo existia um senhor que morava próximo à minha casa – o Seu Moisés. Ele era um violinista aposentado que começou a me ver tentando tocar chorinho e se dispôs a me ensinar teoria musical e de brinde ainda me deu a ideia de tocarmos no programa “Carrossel da Saudade”, na TV Cultura. Aquilo era o máximo! Tocar com grandes instrumentistas do choro da minha cidade era algo que nunca passou pela minha cabeça, mesmo porque eu ainda era menino.

Embora eu não tenha lá sido um aluno disciplinado para aprender teoria e nem tido a oportunidade de tocar no tal programa, o grande legado que o saudoso Moisés me deixou foi: “música é a arte de manifestar os diversos sentimentos da alma mediante o som” – ele sempre me cobrava isso e me exigia que eu falasse esse conceito sílaba por sílaba!

Clique aqui e confira: “Todo músico se pergunta: Preciso Saber Ler Partitura?”

E o que isso tem a ver com o nosso assunto?

Tudo! Ora, se “música é a arte de manifestar os diversos sentimentos da alma mediante o som”, (in) felizmente ela tende a ser fruto de um meio, de um contexto social, cultural e até mesmo político em que determinado grupo de pessoas vive(u) e acredite: as gerações do passado sempre criticarão a de hoje e esta, por sua vez, tenderá a criticar as seguintes e por aí vai.

Clique aqui e confira: “Preciso sair da minha cidade para fazer sucesso?”

up-dna-bSó se atente para o detalhe do contexto sócio-cultural que estamos vivendo hoje: atualmente estamos na era da informação e a internet (principalmente através das redes sociais) veio mais do que nunca, democratizar, tanto a divulgação (feita pelo produtor) quanto o consumo de conteúdo (feito pelas mais variadas audiências) e isso derruba de uma fez por todas o monopólio dos meios de comunicação tradicionais como o rádio e a tv, que são patrocinados pelos grandes empresários que financiam o que deve (ou não) ir para o ar.

Clique aqui e confira: “Que porra é essa de Marília Mendonça?”

Apesar disso, esse mesmo poder financeiro continua prevalecendo no ambiente digital. É por isso que não é raro você se deparar com grandes “sucessos” que nascem da noite para o dia, que nem são lá essas coisas todas e que acabam sendo casos efêmeros.

Conclusão

Comece desde já a usar a internet, não apenas para descobrir alternativas ao que você julga “ruim” na grande mídia, mas principalmente para também ser encontrado por quem pode gostar do seu trabalho. Só se atente de usá-la de forma mais profissional, caso contrário, se você ficar apenas nas ferramentas gratuitas, você terá muita dificuldade de sair do ostracismo. Aliás, isso é um dos assuntos que você pode conferir em um dos meus treinamentos. Clique aqui para saiba mais e faça, que acontece!

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