Que porra é essa de Marília Mendonça?

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Que porra é essa de Marília Mendonça?

Isto não é uma disputa, eu não quero te provocar! Apesar disso, eu preciso fundamentar o meu (longo) raciocínio com base em alguns dados e fatos históricos e mercadológicos!

Séculos antes

bethovenNão sei se você sabe, mas os primeiros grandes artistas da história da humanidade não eram de famílias pobres (e aqui eu me refiro a dinheiro): Bethoven, Mozart, Leonardo da Vinci, Michelangelo, dentre tantos outros. O acesso às informações e aos conhecimentos pertinentes a essa vertente profissional, mais precisamente em relação à música, vemos que ela era privilégio mais por parte das elites e é por essa razão que temos pouquíssimas referências.

Se formos analisar friamente, os registros  das primeiras obras foram feitos na Europa e eram por escrito (sim, para os europeus, o mundo girava apenas em torno deles), ao passo que se tem muito pouco ou quase nada  a respeito das outras tantas civilizações do continente africano, oceânico, asiático e americano. Você conhece algum grande nome da música que nasceu nesses continentes nessa época? Tenho certeza que não! A nossa referência (in) felizmente é restrita à Europa, em particular ao que chamamos de música clássica ou erudita.

Enfim, os caras que comandavam a cena musical daquele tempo não eram da plebe, eram da nobreza, que tinha acesso a uma boa educação, à leitura, às artes, etc. Já imaginou pobre tendo acesso a isso? Os burgueses iam pirar! Pobre tinha que fazer o trabalho duro, não é à toa que inúmeros países foram colonizados por europeus (portugueses, espanhóis, ingleses, alemães, holandeses, etc.), que se valiam da mão-de-obra escrava, muitas vezes advinda do continente africano e, no caso da nossa terra brasilis, os nossos índios acabaram pagando o pato também!

Séculos depois

Lembra do que eu falei acima? Os primeiros registros históricos das músicas foram feitos por escrito! Naquela época não tinha nem tv e nem rádio para se poder chegar às grandes massas. A coisa era presencial, você tinha que ir ao teatro, local onde não entra(va) gente pobre e pronto! Senão, tinha contar com a sorte de ver algo na rua!

1870

O alemão Émile Berliner (mais um europeu) inventa uma espécie de disco negro que possibilitava registrar discursos, efeitos sonoros e claro, músicas e pistas sonoras. Esse disco foi chamado de 78 rpm.

Mas veja: quem tinha acesso a esse produto tão fantástico? Os ricos, ué!

Pobre não tinha vez! Pobre tinha que trabalhar!

Início do século 20

Inventam o rádio e a tv! Assim, tornou-se possível chegar aos diversos lares e fazer as inúmeras transmissões dos primeiros registros fonográficos, de forma que se pudesse ver e ouvir, mesmo que não se estivesse presente no local do evento! Pelo contrário, você já não ficava mais refém do fator “tempo” para ouvir a sua música!

Mas quem promovia essa programação tão bacana? Os ricos, ué! Pobre não tinha vez! Pobre tinha que trabalhar!

E quem tinha rádio e tv em casa? Os ricos, ué! Pobre não tinha vez! Pobre tinha que trabalhar!

1948

A indústria da música começou a aquecer tanto o mercado, que no dia 21 de junho 1948, o americano Peter Goldmark lançou, através da empresa Columbia Records, o Long Play (LP), também conhecido por nós como “disco vinil”, o que mandou para o brejo o todo-poderoso 78 rpm. E adivinha quem foi o primeiro a gravardisco-de-vinil-tocando-2f093 as suas músicas nessa plataforma de mídia? Não, não foi um cantor de axé, nem de samba, nem de forró, nem de rock, nem reggae, nem de R&B! Foi um cara do jazz chamado Frank Sinatra, que até o fim daquele ano já havia vendido 1,250 milhões de LPs (clique aqui e saiba mais)! Pois é: não foi nenhum ritmo “popular”, ou melhor, foi um estilo musical segmentado por quem financiava o mercado e dizia  o que “era bom de se ouvir” e, mais uma vez, com certeza essas pessoas não eram pobres!

1990

O Compactic Disc (CD) veio para aposentar o vinil, que a essa altura já era a plataforma utilizada para difundir o trabalho de inúmeras bandas, cantores e vertentes musicais, com o grande diferencial de maior capacidade de armazenamento, durabilidade e clareza sonora. Dessa forma as formas de se consumir música eram não mais apenas pelos veículos de comunicação. O acesso foi ficando mais fácil e barato para a população que passava a ter inúmeras opções sobre o que ouvir, podendo colecionar as produções, não só de um, mas de vários artistas e bandas!

Mas era qualquer artista que podia gravar o seu CD? Não!

1995

Veio o Digital Vídeo Disc (DVD), com o propósito de armazenar, não apenas dados em forma de voz, mas também de imagem (inclusive em vídeo), com mais capacidade de armazenamento do que o CD! Embora com um valor mais alto, também é(ra) acessível a parte da população que quisesse acompanhar o trabalho dos seus artistas preferidos!

Mas era qualquer artista que podia gravar o seu DVD? Também não!

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Carlos Augusto from Enfim, Desempregado! on Vimeo.

(No vídeo acima: depoimento do meu cliente Carlos Augusto sobre a minha consultoria que mostra como ser divulgado de graça em rádio, tv, jornal e revista. Clique aqui e saiba mais)!

4 de fevereiro de 2004

zuckerbergUm bilionário universitário americano, chamado Marck Zuckerberg, juntamente com seus colegas de quarto da faculdade (Dustin Moskovitz, Chris Hughes e o brasileiro  Eduardo Saverin) inventaram uma rede social que inicialmente foi limitada apenas aos estudantes da universidade de Harvard, mas acabou sendo expandida para universidades de outros estados até finalmente chegar ao que é hoje que, pelo menos enquanto este artigo é escrito (09/10/16), é o que  temos como a principal rede social do mundo. Através do Facebook você pode escrever e compartilhar seus pensamentos, encontrar amigos, ser encontrado por eles, postar vídeos (inclusive ao vivo), conhecer novas pessoas e claro, promover os seus produtos e serviços de forma inteligente para exatamente aquele tipo de pessoa que você julgue ser o seu público-alvo (clique aqui e conheça uma das formas de fazer isso)!

Hoje a empresa do Zuzu é detentora dos também poderosos Instagram (clique aqui e saiba como integrar o seu Instagram à sua Fan Page) e WhatsApp, possibilitando você se comunicar com gente de toda parte do mundo a custo zero ou, se for o caso, pode tirar mais proveito patrocinando os seu conteúdo (clique aqui e saiba como começar a vender pela internet, inclusive pelo WhatsApp).

Mas é qualquer artista que pode fazer o mesmo? Sim! E essa é que a grande sacada!

23 de abril de 2005

Um americano chamado Yakov Lapitsky fez um vídeo de apenas 18 segundos intitulado de “Me at the zoo” (eu no zoológico) e postou na internet. Mal sabia Yakov que a sua criação, chamada de Youtube (o vídeo acima é o primeiro vídeo publicado no Youtube) seria o mais importante site de compartilhamento de vídeos do mundo e hoje inúmeros usuários utilizam essa plataforma para mostrar, não apenas  o seu dia a dia, como também divulgar os seus produtos e serviços e claro, também se dirigir a públicos específicos a partir de links patrocinados!

Mas é qualquer artista que pode fazer o mesmo? Sim! E essa é que a grande sacada!

Clique aqui e saiba quais são as cinco mídias sociais indispensáveis para a sua carreira em 2016!

E o que a Marília Mendonça tem a ver com isso?

Bom, ela não tem muito a ver não. Mas você sim, principalmente se você vive reclamando da falta de oportunidade, da concorrência desleal, da falta de incentivo do governo e blablablá, mimimi e etc!

Pare de reclamar

Lembra do que eu falei logo no começo? Os registros históricos das músicas primeiras foram feitos por escrito! Naquela época não tinha, rádio, nem tv, nem Soundclound, nem Youtube, nem Instagram, nem Facebook, nem WhatsApp, nem Linkedin e nem outra mídia social! A coisa só funcionava com quem tinha (muito) dinheiro, você tinha que ir em busca de uma gravadora ou ter a sorte de ser encontrado por uma para poder mostrar o seu trabalho e quem sabe assim, ter o seu trabalho apreciado na rádio da sua cidade, nas emissoras de tv e nas páginas dos jornais e revistas, o que a grosso modo é apenas objeto de vaidade! Hoje, com a internet você não precisa ficar refém da boa vontade do governo, de uma gravadora, de uma casa de show, de uma emissora de rádio e muito menos da sua zona geográfica para mostrar o seu trabalho. Não é à toa que inúmeros artistas (que você inclusive nunca viu falar na grande mídia) estão bombando pelo país e pelo mundo através da internet, sem contar com os vários exemplos que foram descobertos “por acaso” por causa do conteúdo que postaram na internet, como Justin Bieber, Colbie Caillat, The Weekend, Lily Allen, Lana del Rey, Adele, 5 Seconds of Summer, Carly Rae Jepsen, Katy Perry, Annita, Fresno, Restart, Luan Santana, Mallu Magalhães, Cansei de Ser Sexy. etc.

Clique aqui e confira a entrevista que fiz com a cantora Beth Bruno (que já trabalhou com Djavan, Gilberto Gil, Ivan Lins, etc.) e veja o que ela tem a dizer sobre isso!

Ser músico não é só tocar/cantar

Eu já falei sobre isso neste artigo direcionado exclusivamente para músicos e volto a repetir: evite mendigar ajuda, tenha a internet como sua principal aliada, não almeje depender de gravadora para mostrar o seu trabalho, explore (e ganhe) o seu espaço, melhore sempre e não confunda fama com sucesso. Você pode ter muito mais insights sobre isso nesta entrevista sobre marketing pessoal para músicos (feita com o baterista Marcelo Arado), sempre lembrando que músico não é apenas o cara que canta, pois também tem aquele que toca, produz, compõe, grava, faz eventos, faz parcerias, etc. , coisa que aliás, a própria Marília faz (veja o nome dela presente em diversos nomes do sertanejo atual).

Ah, mas esse estilo de música não me agrada

(Eu, tentando fazer um cover da “Breaking the Habit”, do Linkin Park)

up-dna-bPois é, meu amigo. (In) felizmente a Terra não gira ao seu redor e “música boa” não é apenas aquela que você gosta (ou sabe fazer) e muito menos é aquela que só toca nas rádios e na televisão. Pelo contrário, hoje, com o avanço da internet, muito do que você ouve (ou se expõe) tem a ver com o resultado da escolha de um nicho de mercado que de alguma forma ou de outra tem sido explorado em favor de um público específico e acredite: esse mesmo público daqui a um tempo sofrerá transformações, as necessidades vão mudar, o mercado vai mudar e quiçá, até mesmo você vai mudar!  Você, quando está acomodado na sua zona de conforto, tende a ficar míope em relação às oportunidades e/ou ameaças que estão muito além do seu mundinho, mas que estão o tempo todo sendo inventadas, descobertas e/ou adaptadas no mundo, inclusive por causa (ou através) da internet (clique aqui e descubra 6 itens fundamentais para você vender através da web).

Conclusão

Você tem total direito de não gostar, de não ouvir e de criticar, da mesma forma que tem de elogiar, de amar, de defender, de curtir uma Marília Mendonça ou qualquer outro fenômeno musical (seja ele temporário ou não), mas lembre-se de que a geração de ontem sempre vai haver de criticar a de hoje e a de hoje sempre vai haver de criticar a de amanhã! E mais: a internet chegou facilitar para democratizar o acesso à informação (veja que a fofinha até foge dos padrões estereotipados de “beleza”), portanto, independente de você ser um artista ou mero apreciador de música ou qualquer outro tipo de pessoa que queira desenvolver algo através da internet, saiba que ela tem feito inúmeros anônimos famosos que possuem fãs, seguidores, defensores e o mais legal: clientes que pagam para consumir aquilo que você tem a oferecer! Esse é o lado fantástico de se empreender pela internet!

É fácil? Não!

É simples? Bom, pelo menos eu espero que com esta minha humilde opinião você possa  enxergar coisas que não via antes e aproveite as oportunidades, já que eu mesmo sou suspeito, uma vez que eu tenho ajudado pessoas do Brasil e até mesmo de algumas partes do mundo a se atentarem para essas inúmeras possibilidades! Saiba mais sobre isso no meu programa DNA Criativo clicando aqui!

Volto a lembrar: isto não é uma disputa, eu não quero te provocar e sim, te fazer refletir, mesmo porque até então eu nunca escrevi um título de artigo usando um palavrão como este que usei aqui! Agora uma coisa é fato, independente de você gostar de Sinatra, Caetano, Gil, Raul, Beatles, Legião, Marília, Restart ou quem quer que seja… se eles (ou você) estourarem na mídia, a população vai ter que engoli-los!

Ah, e caso você queira aprender ou aprimorar o seu canto, clique aqui e confira a entrevista que fiz com o professor de canto Marcio Markxx e receba aulas de canto gratuitas diretamente no seu email!

Faça, que acontece!

O que dizem sobre o meu trabalho:

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