Embora eu nunca tenha sido o melhor aluno, eu não tenho que ser modesto para dizer que eu também não era o pior. Antes mesmo de sair do colégio, eu sabia que eu precisava tomar um rumo na vida, entrar numa faculdade, me capacitar para o mercado de trabalho, para ter um bom emprego e seguir todos aqueles preceitos ensinados por minha família.
Eu gostava de ler revistas e assistir a vídeos (naquela época em vídeo cassete) relacionadas a profissão, carreira, a profissionais de sucesso e ao universo corporativo. A semente da aspiração por uma carreira bem sucedida era brotada em mim, eu achava o máximo ver pessoas que eram valorizadas e promovidas nas empresas, principalmente aquelas que começaram no cargo mais baixo e em um determinado tempo foram designadas para cargos maiores e, portanto mais bem pagos.
Eu tinha o sonho de trabalhar em alguma empresa daquelas, mesmo sem saber em qual ou em que ramo seguir. Aquelas publicações me faziam querer uma carreira no mundo corporativo, no entanto eu nunca tivera a oportunidade de atuar no mercado de trabalho. Apesar disso, eu tinha muita referência dessas grandes pessoas e, sinceramente, achava que poderia aplicar boa parte daquelas teorias assim que tivesse a oportunidade de mostrar o meu trabalho, não importando a empresa em que eu fosse trabalhar.
Veio o mundo real: eu trabalhei em algumas empresas e admito: senti na pele a dificuldade de ser aquele tal “profissional de sucesso” das revistas, recebendo ordens, ficando em pé (ou sentado) o dia inteiro, tendo que trabalhar duro para fazer valer os interesses das empresas. Ou então o contrário: eu não era desafiado a nada e assim, eu vivia sem perspectivas maiores de crescimento, mas não tinha jeito: eu precisava me submeter àquilo para tentar garantir o meu sustento. Foi ali que me vi na minha mediocridade!
E é assim que muitos continuam “aprendendo” até os dias de hoje: trabalhar para realizar as metas de alguma empresa, de alguma pessoa, de algum patrão. Se você realmente é feliz assim, tudo bem, parabéns, não tem como não dizer que de certa forma você já é bem-sucedido, pois faz o que gosta e ainda por cima é bem recompensado por isso. O problema são aqueles que ficam se submetendo às vontades de terceiros, quando na verdade estão loucos para chutar o pau da barraca, mas infelizmente estão presos, afixados, inertes em um prego…estão num emprego…estão em um prego!
Pessoas desse tipo não têm propósitos maiores, aliás, não têm nenhum. São infelizes e amargas de segunda a sexta (ou todos os dias) e só se permitem ser um pouco felizes quando chega o final de semana ou um feriado, mas aí vem a segunda-feira e lá começa todo o martírio de novo. Não se governam, são como máquinas programadas para bater metas e cumprir funções nada agradáveis ou desafiadoras para si, pois odeiam o que fazem, mas infelizmente não veem outra saída. Fazer o que? São as regras da empresa, os objetivos da empresa, as vontades da empresa!
Esse é um dos motivos de muitos não saberem o seu propósito: eles trabalham na realização dos propósitos dos outros, não dos seus. Portanto, se você está convencido de que o certo é se dedicar com ardor para cumprir as metas da empresa onde trabalha durante 8 ou mais horas do seu dia, fique tranquilo, mais cedo ou mais tarde você ganhará o direito de ser promovido e assim passará a trabalhar 12 ou mais horas do seu dia.
Esse poderá não ser o seu propósito, mas com certeza, será o seu destino.
Faça, que acontece!