Por favor: me mande um e-mail para me dizer que estou errado! É que pelo menos em algumas pesquisas que fiz, eu pude constatar que a maioria dos homens, quando são meninos (pelo menos no Brasil), pensa em ser jogador de futebol e a maioria das meninas tem o sonho de ser modelo. Eu não fui diferente: porém antes mesmo de tentar algo jogando bola, eu era fascinado por artes marciais. Naquela época, em meados dos anos 80, não existiam eventos de MMA (do inglês Mixed Martial Arts – Artes Marciais Mistas) e sim raríssimas transmissões de Boxe pela televisão, além é claro, de filmes onde o que predominava era basicamente o Kung Fu, Karatê e o Kick Boxing.
Nomes como Bruce Lee, Charles Bronson, Chuck Norris, Steven Seagal, Jean Claude Van Damme eram as grandes referências para mim (até mais que os grandes astros do mundo real, Mike Tyson ou Muhammad Ali) e apesar de não ser um garoto de rua brigão, eu sempre me inspirava nos movimentos, nos golpes e na forma de agir desses caras (saiba mais no artigo “5 dicas para ser mais criativo”). O tempo passou e, já na década de 90, veio a vontade de ser jogador, porém dessa vez as referências eram Zico, Garrincha, Pelé, Marcelinho Carioca, Dener, Sávio, Romário, Palinha, Muller, Bebeto, Edmundo, Falcão (do futsal), etc.: o único problema é que eu nunca consegui mostrar o meu talento em campo (ou em quadra), afinal, os meus amigos eram, de longe, bem mais habilidosos que eu. Foi aí que larguei mais um sonho e me dediquei à música e consegui resultados melhore$, mas aí eu não vou me estender muito sobre as minhas referências (saiba mais no meu curso gratuito clicando aqui).
Voltando ao assunto, é salutar (e até mesmo imperativo) que tenhamos ídolos, pois é através da inspiração que temos neles que nutrir o nosso sentimento de esperança, de acreditar que podemos ser diferentes e que podemos sim, não só fazer o mesmo que eles, mas também até de superá-los! O problema é quando nos deixamos levar, principalmente através da grande mídia (e hoje a internet também se inclui nesse meio), pela ideia de que o sucesso é algo linear, rápido e imediato, ou ainda que saibamos que de fato não seja, gostamos de ignorar as partes de dificuldades, dúvidas, medos, perdas e de desânimos vividas por quem “chegou lá”!
Por mostrarem apenas “o fim”, os grandes veículos têm o poder de nos atiçar para a fama, para o sucesso, para o dinheiro e para o reconhecimento, como se isso fosse uma coisa fabricada ao modo abracadabra (feito num passe de mágica)!
Sim, ser admirado, reconhecido e valorizado faz parte das necessidades dos seres humanos, o problema disso é quando percebemos que as coisas não são tão “mágicas” assim e, por conta disso, desistimos diante de qualquer obstáculo, recorremos a atalhos mais fáceis, a fórmulas mais práticas e quando damos por nós, deixamos um monte de coisa inacabada, afinal elas eram “difíceis demais”. Mas aí, a gente se inspira em mais um caso de sucesso que fez aquela mesma coisa que começamos há anos e outra vez nos arrependemos de não ter acreditado mais em nós mesmos. O problema disso é que possivelmente as coisas de hoje estão inseridas em outro contexto mais complexo, mais moroso e, portanto, mais difícil.
Não seja tolo a ponto de acreditar que aquela pessoa que está em evidência chegou lá sozinha! É isso que você vê, mas não é isso que é. Aliás, mais importante do que chegar “lá”, é encontrar outros meios para se manter “lá” – é aqui que cabe o pensamento que diz que independente de ser a caça ou a presa, você sempre terá motivos para correr. Você pode conquistar os seus objetivos de forma mais rápida sim, porém, os pré-requisitos vão ser sempre as experiências boas e ruins às quais você se expõe ou vivencia no seu dia-dia e elas, até me valendo da redundância, você só vai conseguir vivenciando o seu dia-dia!
Faça, que acontece!