O que é “trabalho” pra você? Algum lugar chato, estressante, para o qual você vai vender algumas horas do seu dia para realizar tarefas que a você serão designadas? Ou algo extremamente prazeroso, divertido, e cheio de gente legal, feliz e de bem com a vida? Bem, se você ficou com a primeira opção, me mande um e-mail dizendo aonde é, pra eu passar bem longe desse lugar. Se for a outra alternativa, me mande também, eu quero me aproximar cada vez mais de gente assim, apesar de saber que de certa forma ela se trata de mera utopia.
Ora, mesmo o trabalho mais prazeroso tem lá as suas dificuldades, a não ser que você já seja financeiramente independente e realizado para poder se dar ao luxo de só fazê-lo quando quiser. Nele você vai se deparar com pessoas que têm, não só paz de espírito, alegria e bom humor, como também com aquelas que passam por problemas emocionais, financeiros, pessoais, profissionais etc., aliás, você mesmo está sujeito a passar por isso, tanto é que tem dia que nem você mesmo se aguenta!
O fato é que o seu trabalho não é um lugar para o qual você vai e sim, uma coisa que você faz. Ele não consiste em se locomover para um ou vários locais, mas em servir pessoas com a sua competência (não importa qual ela seja) e para fazer isso não se faz tão vital a existência de uma empresa. Pelo contrário, é até dispensável. Sei o quanto deve ser difícil chegar na idade em que você está, com todo o conjunto de valores que foram passados por seus pais e professores (na escola e até mesmo na faculdade) e hoje se ver tão preocupado com a sua carreira profissional. Entendo que depois de tanta coisa aprendida pode soar estranho se deparar com a sugestão de não ter que depender de um emprego para começar a trabalhar, mas lembre-se que quando você se estuda e se capacita, você não está fazendo isso necessariamente para trabalhar numa empresa, mas para servir pessoas. São elas que pagam as empresas, empresas essas que são feitas de pessoas, que também podem ser atendidas por você.
Antes os nossos antepassados sobreviviam como artesãos, agricultores e a vil minoria detinha a posse de grandes terras, tendo como seus trabalhadores, alguns servos e escravos. Veio a indústria, ainda liderada pela minoria, que fez da grande maioria os seus empregados e esses valores infelizmente são repassados de geração a geração até os dias de hoje: estude e tire boas notas para que você possa ter um bom emprego numa empresa, para que um dia você possa se aposentar. Mesmo alguns professores, que têm o poder de construir uma sociedade pensante obedecem de forma alienada a essa regra do “empregativismo” e assim, essa cultura passiva de esperar por uma entidade divina que vai trazer o emprego tão sonhado vitimiza a nossa sociedade num modelo econômico parasita de depender de terceiros para agir em causa própria.
Estamos em período eleitoral e todos nós almejamos boas mudanças para o nosso país, porém não caia na falsa ideia de que é apenas através do seu voto que a nossa nação pode progredir. Não espere apenas pelo político bem-intencionado: para a “coisa” funcionar ele vai se deparar com um sistema bem maior do que o nobre sonho dele de ajudar a população. Lá no Poder existem interesses que vão muito além da boa vontade dele e que por esse motivo, muitos projetos (inclusive os que dizem respeito a você) hão de ser engavetados. Além de votar bem, faça a sua parte por aqui: empreenda, acredite nos seus sonhos, estude, capacite-se, faça projetos , arregace as mangas bote a mão na massa! Não espere por um emprego ou político! As coisas só funcionam com quem faz acontecer e não com quem vive esperando.
P.S: não esqueça de cobrar do seu político – ele é a sua extensão na sua cidade, no seu estado e no nosso país!
Faça, que acontece!