[Carreira e Negócios] Vergonha, você?

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Vivemos numa so­ciedade onde a maioria exalta o mais comunicativo, o mais hábil, o mais bem rela­cionado, o mais popular, o mais extrovertido, o mais feliz, o mais “mais”, etc. Na escola, crianças são obrigadas a interagir com os coleguinhas, participar das brin­cadeiras, ser “normal” e qual­quer comportamento diferente desses vira motivo de preocu­pação por parte dos pais e pro­fessores, pois correm o risco de serem tachadas de doentes ou antissociais. Quando mais ve­lhos, alunos introvertidos viram motivo de piada, se tornam vítimas de bullying e se sentem meio que deslocados desse mundo que não para de falar. No mercado de trabalho as empresas exi­gem pessoas comunicativas, de bom relacionamento interpessoal e que saibam trabalhar em equipe; buscam um operador social, alguém de sorriso fácil, um aperto de mão imponente com capacidade de se dar bem com os colegas. Assim, o ideal da extroversão passou a ser tido com um dos fatores determinantes para o sucesso do indivíduo, não é à toa que muitos livros de auto-ajuda e revistas relacionadas à carreira profissional têm a “missão” de converter introvertidos em extro­vertidos, o que reforça a ideia de que eles são escritos para impor determinado tipo de comportamento, já que algumas regras do mundo capitalista são: “promova a si o tempo todo”, “quanto mais contatos, maior a probabilidade de sucesso”, “nunca faça sozinho as suas refeições”, “crie contatos de maneira incessante”, “mostre­-se o máximo que puder” e daí em diante.

Lembro quando ia participar de processos de seleção atrás de emprego. Eu particularmente não era muito fã daquelas dinâmicas em grupo. Embora não fosse tão tímido, eu achava um tanto desconfortável tais situações onde disputávamos para sermos os líderes das nossas equipes, pois eu lia na literatura especializada que as empresas precisavam de pessoas capazes de influenciar e delegar funções a outras, logo, eu deveria saber fazer o dever de casa, aliás, da empresa que possivelmente iria me contratar. Em boa parte das situações, sempre havia um ser mais falante, mais expressivo e que, por conta disso, “derrotava” os concorrentes (inclusive eu) e assim, garantia a sua contratação.

Sinceramente? Eu me sentia péssimo! Eu não sabia explicar se o errado era eu ou o profissional de Recursos Humanos. Na verdade, parecia ser a primeira opção, apesar de ser difícil admitir.

Cursos eram feitos, livros eram comprados e revistas eram devoradas – tudo na ânsia de me “curar” da tal introversão. Confesso que melhorei em muita coisa, em outras não. No entanto, percebi que ser extrovertido é mais um dos valores inventados e empregados pelos grandes capitalistas, lá dos tempos mais remotos, não necessariamente por questão da relação interpessoal, mas, sobretudo, a comercial, a financeira, a pecuniária. Talvez um dia eu me aprofunde mais nos estudos, mas penso que não é à toa que boa parte dos indivíduos que procuram o serviço público têm, como personalidade, a introversão. A iniciativa privada não permite isso! Nela, ou em boa parte dela, você tem que incorporar a qualquer custo a missão da empresa que vai contratá-lo: vender! Por conta disso, você deve ser extrovertido e alegre, afinal a sociedade passou a aceitar essas qualidades como as verdadeiras, desprezando aqueles que não tem o perfil “desejado”.

Dessa forma, se você almeja trabalhar para uma empresa, certifique-se de ter essas qualidades, caso contrário espere o próximo (e longínquo) concurso público. Senão, seja um empreendedor e escolha quem você quer atender e escolha um extrovertido para preencher aquilo que você não é, caso você seja um introvertido.

Faça, que acontece!

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